Eficiência e dominação da técnica
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i1.2195Palabras clave:
Eficiência; Dominação; Filosofia; Técnica.Resumen
A definição de técnica como a mediação entre o homem e a natureza levanta alguns problemas de ordem filosófica. Tal mediação se estabeleceu a partir de imperativos, dentre os quais podemos destacar a eficiência e a dominação, ambas exercidas sobre a natureza. A fim de ampliar as possibilidades de melhoramento da condição humana, a noção de progresso técnico tornou-se uma necessidade emergente para a consolidação das civilizações antigas e modernas. No entanto, é necessário estabelecer os critérios de uma crítica dos limites de um progresso desenfreado para podermos evidenciar a ambiguidade desse processo. O desenvolvimento da realidade passa por uma série de domínios cada vez mais sofisticados sem os quais as concretizações objetivas que estruturam a vida humana não seriam possíveis. Ao oscilar cada vez mais rápido entre a produção e a destruição, a tecnologia – entendida como o discurso aplicado da técnica (techné-logos) – acusa o seu próprio limite quando submetida ao imperativo da eficiência e da dominação. O propósito deste trabalho é mostrar que as consequências ambíguas do progresso técnico funcionam como mecanismo instaurador tanto do estado de bem-estar como do estado de guerra. A metodologia utilizada para o tratamento dessas questões será o embate de ideias presentes nos estudos de pensadores que refletiram o tema da técnica. Nossa conclusão, além de apontar para uma reflexão sobre os limites da técnica na vida humana, pretende repensar os desdobramentos dos imperativos de uma civilização pautada pela noção de progresso técnico e sua inevitável contradição com a noção de progresso humano.
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