Da disciplina à necropolítica, o papel do trabalho e da seguridade em Foucault e na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i1.1316Palabras clave:
Trabalho; Disciplina; Biopoder; Necropolítica; Seguridade.Resumen
A transição do trabalhador (europeu) da Idade Média para a Moderna forçou os meios de produção burgueses a criarem modos de positivar a cultura do trabalho. Para além das ideologias e da própria miséria como impulsionadores da cultura do trabalho, o que pretendemos neste artigo é jogar luz sobre o papel das previdências como instrumentos de subjetivação e normalização, originalmente disciplinares; utilizando então uma leitura foucaultiana do tema. Partiremos do como as técnicas disciplinares ajustaram os corpos trabalhadores para o trabalho e fixaram-nos com o auxílio das caixas previdenciárias, até chegarmos à compreensão atual das reformas e contrarreformas previdenciárias como resultados disto que tem sido reconhecido hoje como uma necropolítica. A atualidade, não mais apenas dos trabalhadores europeus (mas globais), vista então como algo que em nome de uma biopolítica se converteu nesta ultradefesa da vida. Uma defesa que, no seu limite, justificaria até mesmo a morte de larga parcela da população. Temos então a passagem da biopolítica para a necropolítica. E na mesma ordem, temos a passagem de um sistema previdenciário que não é mais feito para o auxílio ou a fixação do trabalhador, mas para a gestão do uso e do descarte (propriamente a morte) deste mesmo sujeito frente ao mercado de trabalho.
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