Subjetividade, liberdade e ação: aproximações entre a ontologia fenomenológica de Sartre e o idealismo transcendental de Fichte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v16i2.777

Palavras-chave:

Fenomenologia; Filosofia transcendental; Idealismo; Liberdade; Subjetividade.

Resumo

O artigo visa encontrar pontos de aproximação da definição de subjetividade que Sartre expõe em O ser e o nada à correlata conceituação de Fichte na Doutrina-da-Ciência. Para tanto, a estratégia aqui adotada, primeiramente, é a de analisar como a noção de Eu enquanto fundamento surge no pensamento fichteano e culmina em uma teoria da razão prática que implica no primado ontológico da ação. A partir disso, será possível traçar certos pontos de convergência (e divergência) com a operação sartriana de fundamentação do cogito em uma ordem pré-reflexiva, cujo desdobramento se aproxima daquele traçado por Fichte. Numa palavra, o intuito é mostrar como o pensamento de ambos os autores resulta em uma filosofia prática cujo leitmotiv é o expurgo a qualquer índice de reificação da consciência, logo, na proclamação da liberdade absoluta do sujeito.

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Biografia do Autor

Vinícius dos Santos, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Bahia – Brasil.

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Publicado

2017-12-18

Como Citar

SANTOS, Vinícius dos. Subjetividade, liberdade e ação: aproximações entre a ontologia fenomenológica de Sartre e o idealismo transcendental de Fichte. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 81–101, 2017. DOI: 10.31977/grirfi.v16i2.777. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/777. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos