Sobre um entendimento irracional
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v12i2.663Palavras-chave:
Schopenhauer; Kant; Intuição; Entendimento; Razão.Resumo
Apresento aqui por que Schopenhauer entende a natureza como um conceito construído pelo homem, abstrata e conceitual: uma palavra. Schopenhauer reformulou o idealismo transcendental de Kant para que os conceitos do entendimento não fizessem referência à sensibilidade, porque animais tem experiência do mundo fenomênico, ao contrário do que a teoria kantiana nos leva a crer. Afinal, em Kant, animais teriam de lidar com conceitos para representar objetos, o que Schopenhauer nega. Na teoria schopenhaueriana nossas percepções não necessitam das categorias do entendimento (conceitos, linguagem) para elaborar o objeto da experiência possível e tornar-se representação. O entendimento kantiano será mostrado como um objeto híbrido: meio representação, meio coisa-em-si, pois Kant misturou o pensar e o intuir, tornado a experiência e o mundo objetivo dependentes do entendimento (conceitual). Porém, para Schopenhauer o objeto individual, as percepções são independentes do pensamento abstrato. O pensamento se envolve com conceitos e abstrai o que é comum dos objetos, originando-os. Já o entendimento é irracional, intuitivo e perceptivo.
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