Hobbes e o problema da personificação na teoria da representação

Autores

  • Delmo Mattos Silva Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) https://orcid.org/0000-0002-9074-2192

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2868

Palavras-chave:

Pessoa artificial; Pacto; Autoridade; Hobbes.

Resumo

O propósito desse artigo consiste em discutir os termos da representação e da teoria da autorização em Hobbes evidenciando, por sua vez, as adversidades e as incoerências no modo como a atribuição fictícia interfere na constituição da autoridade em Hobbes. Nesse sentido, torna-se necessário discutir o modo pelo qual Hobbes determina a função do representante na ausência de sua identificação como autor, ou seja, sem qualquer condição de atribuir autoridade aos seus atores. Trata-se, portanto de uma contradição aos termos da racionalidade imposta pelo modelo de representação proposto por Hobbes, no qual a imputação da responsabilidade, no caso da pessoa fictícia, encontra-se ausente de responsabilidade por seus atos e, assim inviabilizando assumir responsabilidade pelos atos de um outro. Para tanto, evidenciam-se os aspectos da pessoa fictícia e a sua relação com os preceitos da autorização não autorizada para definir os termos da atribuição fictícia e suas implicações na teoria jurídica da autorização em Hobbes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Delmo Mattos Silva, Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA)

Doutor(a) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – RJ, Brasil. Professor(a) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Grajaú - MA, Brasil. Bolsista de produtividade de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), São Luís – MA, Brasil.

Referências

CRIGNON P., De l’incarnation à la représentation. L’ontologie politique de Hobbes, Classiques Garnier, 2012.

DUMOUCHEL, Paul. Persona: Reason and Representation in Hobbes's Political Philosophy. SubStance, 25 (2), pp. 68-80, 1996.

HOBBES, Thomas. Leviathan, or The Matter, Forme and Power of a Commonwealth Ecclesiasticall and Civil. Ed. C. B. Macpherson. Harmondsworth: Penguin Books, 1968.

HOBBES, Thomas. Os elementos da Lei natural e política. Trad. Bruno Simões. São Paulo: Editora WMF Martins Fonte, 2010.

HOBBES, Thomas. Do cidadão. Elementos filosóficos a respeito do cidadão. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

JAUME, Lucien. Hobbes et l’État représentatif moderne, Paris: Presses Universitaires de France, 1992.

PITKIN, Hanna. The Concept of Representation. Londres: University of California Press, 1967.

PITKIN, Hanna. Hobbes's Concept of Representation. The American Political Science Review, Vol. 58, No. 4 (Dec., 1964), pp. 902-918

PITKIN, Hanna . ‘Hobbes’s Concept of representation – II’, American Political Science Review 58, no. 4 (1964): 902–18.

WALDMAN, Theodore. “Hobbes on the Generation of a Public Person”. In: Thomas Hobbes in His Time. Ed. Ralph Ross et al. Minneapolis: University of Minnesota Press, pp. 61-83, 1974.

ZARKA, Y. Hobbes e a invenção da vontade política pública. Discurso, n. 32, p. 71-84, 2001.

ZARKA, Y.Hobbes and Modern Political Thought, James Griffith (tr.), Edinburgh University Press, 1995.

Downloads

Publicado

2022-06-19

Como Citar

SILVA, Delmo Mattos. Hobbes e o problema da personificação na teoria da representação. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 88–97, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2868. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2868. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos