Música Eletrônica, memes e streetwear
a marca de roupas Pornograffiti e a questão da resistência cultural
Palavras-chave:
música eletrônica, streetwear, moda, resistência, cultura juvenilResumo
Este trabalho investiga a construção da identidade da marca de roupas Pornograffiti, que integra elementos da música eletrônica, memes e streetwear. Fundada em 2014, essa marca se destaca no cenário brasileiro de moda “alternativa”, particularmente em comunidades ligadas à música eletrônica. Promovendo um ethos hedonista próprio a esse universo, a marca combina estratégias de comunicação digital, incluindo memes e publicações nas redes sociais, para se conectar com seu público. Assim, o objetivo da nossa investigação está na análise do modo como uma marca supostamente “alternativa” e “underground” dialoga com referências do mercado de massas, acionada por meio da cultura dos memes. Nosso intuito é contribuir para o debate acerca das subculturas juvenis verificando em que medida a reivindicação de “resistência”, que foi imputada a essas culturas por analistas nos anos 1970 e que nas últimas décadas foi intensamente revista, ainda é útil para se compreender as expressões juvenis contemporâneas. Para tanto, buscaremos analisar a construção da identidade da marca por meio de suas publicações no Instagram.
Downloads
Referências
ANNISS, Matt. The Story of Techno and Dance Music (Pop Histories). Arcturus Publishing Limited, 2019.
ASSEF, Claudia. Todo DJ Já Sambou: A História do Disc-Jóquei no Brasil. São Paulo: Conrad, 2003.
BENNETT, Andy. Culture and everyday life. Culture and Everyday Life, 2005.
BOCOCK, Robert. Consumption. London: Routledge. 1993.
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: Crítica Social do Julgamento. São Paulo: Zouk, 2007.
CHAGAS, Viktor. A febre dos memes de política. Revista FAMECOS, 25(1), ID27025. Disponível em: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2018.1.27025. Acesso em 10/2/2025.
CHAMBERS, Iain. Urban Rhythms: Pop Music and Popular Culture. Basingstoke: Macmillan. 1985
CÔRTES, Lucas. Clubbers sonham com anjos cibernéticos?. 2022. Disponível em: https://pornograffiti.xxx/clubbers-sonham-com-anjos-ciberneticos/?srsltid=AfmBOorweYRI5nYGAmKWYEt4nOEkpdTIGq84yC4w4ZlI74a4Kd9CMwGp. Acesso em 19/2/2025.
CRANE, Diana; BOVONE, Laura. Approaches to material culture: The sociology of fashion and clothing. Poetics, v. 34, n. 6, p. 319-333, 2006.
DAVIS, Fred. Fashion, culture, and identity. University of Chicago Press, 1994.
DOUGLAS, Mary; ISHERWOOD, Baron C. O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro, RJ: Ed. UFRJ, 2004
DUARTE, Lucas Magalhães. Psytrance: aspectos em artes visuais e artes tecnológicas. 2020.
FÁVERO, Bruna. Vamos à rave?!: o uso de substâncias psicoativas e a abordagem da redução de danos. 2019.
GILL, Alison. Deconstruction Fashion:The Making of Unfinished, Decomposing and Re-assembled Clothes, Fashion Theory, 2(1), 1998, p. 25–50.
GOFFMAN, E. 1961. Encounters. Indianopolis: Bobbs-Merril.
GONÇALVES, Daniela Norcia. Culturas clube: origem e desdobramentos locais, globais e locais. 2016.
HALL, Stuart; JEFFERSON, Tony (eds.). Resistance through rituals: youth subcultures in postwar Britain. London: Hutchinson, 1976.
HEBDIGE, David. Subculture: the meaning of style. London: Methuen, 1981.
JAIMANGAL-JONES, Dewi; Pritchard, Annette; Morgan, Nigel. Exploring
dress, identity and performance in contemporary dance music culture, Leisure Studies, 34:5, 2015, p.603-20.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência São Paulo: Aleph, 2008.
IWASA, Eli. DJeans. Instagram: rede social, 08 set. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CxDWMSsrXu8/?igsh=aTd1M3JueDNwMXl5. Acesso em: 07 nov. 2024.
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Lisboa: Ed. 70, 2007.
LIQUER, Luciandréia Rodrigues. A web 2.0 e a dinâmica dos memes. (Trabalho de Conclusão de Curso). Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora.
MARQUES, GUSTAVO FIORINI. Uma trança de pessoas e lugares em atmosferas urbanas através da música eletrônica. 2019.
MUGGLETON, David; WEINZIERL, Rupert (orgs.), The post-subcultures reader Oxford: Berg, 2003.
MÜLLER, Jackson Francisco da Conceição. As contribuições do conceito de cena musical para a análise das dinâmicas culturais urbanas em Florianópolis. (Trabalho de Conclusão do Curso). Universidade Federal de Santa Catarina, 2020.
MUNIZ, Arthur Machado et al. Perigosamente Otimista: uma coleção de estampas de camiseta para uma marca autoral de streetwear, Jirico. 2023.
NEVES, Thiago Tavares das. Batidas intensas: corpo e sociabilidade nas festas de música eletrônica em Natal. 2010. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
NISTOR, Laura. Fashion as a communicative phenomenon. Agenda setting for a research project on youth’s clothing consumption. Acta Universitatis Sapientiae Communicatio, 3, 2016, p. 73-80.
NOROGRANDO, Rafaela; BENETTI; Afonso. MODA, música e sentimento. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2016
OLIVEIRA, Jansen Sergio Lima de. “Nunca faça isso no Instagram”: a construção retórica de posts de conteúdo em carrossel no Instagram . Diálogo das Letras, [S. l.], v. 11, p. e02215, 2022. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/4042. Acesso em: 17 set. 2024.
OSGERBY, Bill. Playboys in Paradise: Masculinity, Youth and Leisure-Style in Modern America. Oxford: Berg, 2001.
PALOMINO, Erika. Babado forte. Moda, música e a noite. São Paulo: Mandarim, 1999.
PEREIRA, L. F. (2003). Moda Clubber e Raver: Uma Tendência na Cena Contemporânea. (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
PEREIRA, Simone Luci; GHEIRART, Oziel. Coletivos de música eletrônica em São Paulo: usos da cidade, culturas juvenis e sentidos políticos. In: E-Compós. 2018.
PIKE, Helena. Tapping Generation Z. Business of Fashion. 2/2/2016. Disponível em: https://www.businessoffashion.com/articles/retail/tapping-generation-z/. Acesso em: 10/2/2025.
PIQUERA, Ana Beatriz Fagundes Cardenuto. Techno & São Paulo: música eletrônica, ocupação da cidade e a dimensão subjetiva do pertencimento. 2023.
POLHEMUS, Ted. In the supermarket of style. In: REDHEAD, Steve. The Club cultures Reader, p. 130-133. Oxford: Berg, 2003.
PORNOGRAFFITI. Coleção em colaboração com a Mamba Negra. Instagram: rede social, 06 abr. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CqvG2PyuGAa/?igsh=MWd1YjQ2b2pkMnJtNA==. Acesso em: 07 nov. 2024.
PORNOGRAFFITI. Coleção Hell Kids: Publicação no Instagram. Instagram, 02 jun. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/p/Cs_caZJglvz/?igsh=Yzg2NTcxdnVmOHky. Acesso em: 11 nov. 2024.
PORNOGRAFFITI. Coleção Pornograffiti: Publicação no Instagram. Instagram,
maio 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CsGztJqgbuG/?igsh=cm55dHJ1MDk4azVi. Acesso em: 11 nov. 2024.
PORNOGRAFFITI. Publicação no Instagram. Instagram, 09 out. 2024. Disponível em: https://www.instagram.com/p/DA6A-d4Regu/?igsh=MTdkZ3h0Z25qM3puag==. Acesso em: 11 nov. 2024.
PORNOGRAFFITI. Publicação no Instagram sobre a coleção. Instagram, 21 mar. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CqDgX5DgSKN/?igsh=MWd6MmVhcHExbW03eg==. Acesso em: 11 nov. 2024.
PORNOGRAFFITI, Sobre Nós. Disponível em: https://pornograffiti.xxx/. Acesso em: 27 out. 2024.
RAMPLEY, Matthew. Exploring visual culture: Definitions, concepts, contexts. Edinburgh University Press, 2005.
RAUBER, Luis Henrique; BLANCO, Roberta Costa. COMO A MÚSICA
ELETRÔNICA ESTABELECE UMA RELAÇÃO COM A MODA. Revista Prâksis, v.
, p. 5-24, 2023.
REYNOLDS, Simon. Generation ecstasy: Into the world of techno and rave culture. Routledge, 2013.
SÁ, Simone Pereira de. Música eletrônica e tecnologia: reconfigurando a discotecagem. In: Anais da 12ª COMPÓS, 2003, Pernambuco.
SAUCIER, Paul Khalil Saucier. Cape Verdean youth fashion: Identity in clothing. Fashion Theory: The Journal of Dress, Body & Culture, 15, 49 – 66.
SETTON, Maria da Graça. A MODA COMO PRÁTICA CULTURAL EM PIERRE BOURDIEU. 2008.
SHAPIRO, Peter; LEE, Iara. Modulations: a history of electronic music: throbbing words on sound. 2000.
SILVA, Graziela Reis Simplício da. Produto comunicacional: paia streetwear. 2022.
SMART, Barry. Consumer Society: critical issues and eviromental consequences. Sage: Londres, 2010.
SOUZA, Cláudio Manoel Duarte de. Música eletrônica e cibercultura - ideias em torno da sociabilidade, comunicação em redes telemáticas e cultura do DJ. Dissertação de Mestrado. Salvador: UFBA - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, 2003.
THORNTON, Sarah. Club cultures: Music, media, and subcultural capital. Wesleyan University Press, 1996.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
 
						 
							

