ENTRELAÇANDO RAÍZES E AFETOS
O MANGUEZAL COMO ECOSSISTEMA COMPANHEIRO
Palavras-chave:
Quilombo - Bem viver territorialidades, Racismo Ambiental Comunidades Quilombolas, autocuidado; Processos CulturaisResumo
Este artigo é fruto de uma pesquisa de mestrado na UFRB que refletiu sobre o bem-viver de quilombolas das comunidades Dom João e Monte Recôncavo em São Francisco do Conde na Bahia, situadas na maior reentrância da costa litorânea brasileira, que vivem prioritariamente da pesca artesanal e da mariscagem, abordando suas experiências e estratégias de luta para garantir a permanência em seus territórios e defender seus modos de vida tradicionais e ancestrais. Foi com base nessa investigação de cunho qualitativo e autoetnográfico que procuramos compreender, levando em consideração uma abordagem contrária à visão individualista-capitalista, os conflitos vivenciados pelos integrantes destes grupos, como a criminalização de práticas de subsistência, a interdição do acesso a espaços vitais para sua sobrevivência, as tensões e disputas com o Estado, em diferentes níveis, instituições, pessoas civis - fazendeiros e empresários, que resultam em díspares modalidades de violação de direitos e de não reconhecimento da identidade étnica destas coletividades. Assim, propomos um diálogo teórico com base no senso de bem-estar, em princípios coletivos, solidários e de integração entre ser humano e natureza, de Bem-Viver, princípios estes encontrados em outros saberes que podemos aprender com os coletivos e grupos sociais como os quilombolas que, historicamente, trazem em seus princípios categorias, marcos normativos e valores.
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