FERRAMENTAS DE GESTÃO, EMPREENDEDORISMO RURAL E AÇÕES PEDAGÓGICAS: DEMANDA OU ALTERNATIVA À JUVENTUDE?
Palavras-chave:
Juventude, meio rural, sucessão familiar, mercado, ação pedagógicaResumo
Tendo em vista os dados que indicam o esvaziamento e a diminuição da juventude no campo (IBGE, 2019), foram analisados dois cursos de capacitação de jovens lideranças rurais – o programa Ação Jovem Rural da Epagri; e o Alfa Jovem da Cooperalfa – baseados no campo empírico da Região Oeste de Santa Catarina. Na última década, os cursos foram construídos a partir de uma demanda frente aos processos de transformação das relações de mercado e das estratégias de sucessão familiar. Além disso, estes espaços se anunciam como alternativas ao/a jovem para tornar a agricultura um fator de atração à sua permanência no campo. O estudo tem como fontes: relatórios e documentos, os conteúdos programáticos dos cursos, os meios de comunicação – Rádio Alfa, Revista Cooperalfa, Podcast Argumento, portal de publicações Epagri, sites e canais oficiais de Youtube das respectivas instituições – e a participação em eventos, como a feira agropecuária e palestras online, e aulas dos cursos ofertados em ambas as instituições do universo rural investigado. Analisa-se como se mobilizam as práticas discursivas e a dimensão de influência destes cursos tanto na socialização como na inserção no mercado de trabalho. Numa leitura bourdieusiana, observa-se a existência de critérios de distinção e hierarquização nas ações institucionais, em que tais critérios operam de modo a unificar ao mesmo tempo em que separam a juventude com formas de inserção e posições diferenciadas no mercado. Por sua vez, outras manifestações dos/das jovens são silenciadas e/ou reduzidas ao âmbito econômico-financeiro do que se entende ser jovem na perspectiva do empreendedorismo rural.
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