O NATIVO REVESTIDO COM AS ARMAS DA ANTROPOLOGIA
Resumo
O autor apresenta sua trajetória acadêmica, destacando: a influência que recebeu da Teologia da Libertação da Igreja Católica na busca das suas raízes culturais e no desenvolvimento de uma postura crítica em relação ao Estado; o encontro com os instrumentos das Ciências Sociais, para a produção de conhecimento a partir dos povos nativos da Amazônia; o começo das suas pesquisas junto às comunidades “caboclas”, ao mesmo tempo em que se des-cobria “indígena”; o peso do discurso do nativo referendado pelas posições conquistadas no campo acadêmico (“mestre”, “professor universitário” ou “doutorando”) e a criação do Grupo Consciência Indígena; o nativo passando de objeto de estudo da Antropologia para a condição de sujeito, atento à exigência da objetivação; e o desafio de manter o equilíbrio entre o ativismo indígena e os procedimentos rigorosos da produção científica. Conclui levantando algumas questões: existem diferenças profundas entre antropólogos estrangeiros e nativos, além de estes últimos parecerem, no momento, algo “exótico”? Quais são elas? Em que diferem fundamentalmente as pesquisas com indígenas feitas por pesquisadores externos e aquelas realizadas por antropólogos nativos? Quais as contribuições efetivas que podem dar à Antropologia os pesquisadores indígenas? As mudanças na Antropologia com a entrada em cena de profissionais indígenas só poderão ser melhor avaliadas mais à frente. Com este texto, queremos apenas apontar tendências e provocar discussões.Downloads
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Publicado
2019-05-30
Edição
Seção
Dossiê
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