Atributos edáficos e vegetação em áreas de nascentes da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, Sergipe

Autores

  • Gilmara da Silva Freire Universidade Federal de Sergipe
  • Robério Anastácio Ferreira Universidade Federal de Sergipe
  • Airon José da Silva Universidade Federal de Sergipe
  • Daniela Aparecida de Castro Nizio Universidade Federal de Sergipe

Resumo

Resumo: As formas de uso e ocupação dos solos na Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, historicamente, conduziram a um avançado processo de degradação de suas áreas de preservação permanente, especialmente as nascentes e as margens dos cursos d’água. Face à gravidade desse processo e tendo em vista a necessidade da recuperação das áreas ciliares nesta unidade de planejamento, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar atributos químicos e granulométricos do solo, e verificar a similaridade entre as áreas, bem como avaliar uma possível correlação destes na distribuição das espécies florestais ao longo do Rio Piauitinga, desde as nascentes principais até à foz. Os solos analisados foram coletados em 48 nascentes situadas na Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, nos municípios de Lagarto, Boquim, Salgado e Estância no Estado de Sergipe. A partir dos atributos químicos e granulométricos do solo, foi realizada uma análise de agrupamento usando o software Statistica. Realizou-se a correlação por meio da análise de correspondência canônica (CCA). Pela análise de agrupamento, houve a formação de seis e sete grupos para as profundidades de 0-20 e 20-40 cm, respectivamente. A análise de correspondência canônica evidenciou que variações nos atributos químicos e granulométricos do solo influenciam na distribuição espacial das espécies arbustivo-arbóreas ao longo da unidade de planejamento estudada. Aegiphila pernambucensis Moldenke, Byrsonima sericea DC., Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. ex Miers, Myrcia splendens (Sw.) DC., Ocotea glomerata (Nees) Mez, Cupania impressinervia Acev.-Rodr. e Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr. são espécies adaptadas às condições edáficas de elevada acidez e fertilidade muito baixa.

Palavras chave: Recuperação de nascentes, Relação solo-vegetação, Matas ciliares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gilmara da Silva Freire, Universidade Federal de Sergipe

Mestre em Ciências Pelo Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Biodiversidade - PPGAGRI/UFS.

Robério Anastácio Ferreira, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe. 

Airon José da Silva, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe - UFS.

Daniela Aparecida de Castro Nizio, Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe - UFS.

Referências

Braga, A. J. T., Borges, E. E. L., & Martins, S. V. (2015). Influência dos fatores edáficos na variação florística de floresta estacional semidecidual, em Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, 39 (4), 623-633. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-67622015000400004.

Brasil. (2012). Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Institui o novo Código Florestal brasileiro. Brasília, DF: Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

Calazans, C. C. (2010). Composição de espécies vasculares em nascentes degradadas na sub – Bacia hidrográfica do Rio Piauitinga, município de Estância, Sergipe (54f) Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Camargos, V. L., et al. (2008). Influência de fatores edáficos sobre variações florísticas na Floresta Estacional Semidecídua no entorno da Lagoa Carioca, Parque Estadual do Rio Doce, MG. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, 22 (1), 75-84. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062008000100010.

Carvalho, A. P. V., Brumatti, D. V., & Dias, H. C. T. D. (2012). Importância do manejo da bacia hidrográfica e da determinação de processos hidrológicos. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável, Viçosa, 2 (2) 148-156. DOI: https://doi.org/10.21206/rbas.v2i2.177.

Causton, D. R. (1988). An introduction to vegetation analysis, principles, practice and interpretation (342p). London: Unwin Hyman.

Colmanetti, M. A. A. (2013). Estrutura da vegetação e características edáficas de um reflorestamento com espécies nativas (165f). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, SP, Brasil.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2018). Sistema brasileiro de classificação de solo (5. ed.). Brasília: Embrapa.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2009). Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes (2. ed., 627p). Brasília: Embrapa.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (1997). Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo (2. ed., 212p). Rio de Janeiro: Embrapa.

Frizano, J., Vann, D. R., Johnson, A. H., & Johnson, C. M. (2003). Labile phosphorus in soils of forest fallows and primary forest in the Bragantina Region, Brazil. Biotropica. 35 (1), 2-11. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1744-7429.2003.tb00256.x

Foundation for Statistical Computing. (2006). R Core Team: A Language and Environment for Statistical Computing (versão 2.15) [Programa de computador]. Vienna: Foundation for Statistical Computing. Recuperado de http://www.R-project.org.

Gonçalves, I. S., Dias, H. C. T., Martins, S. V., & Souza, A. L. (2011). Fatores edáficos e as variações florísticas de um trecho de mata ciliar do rio Gualaxo do Norte, Mariana, MG. Revista Árvore, Viçosa, 35 (6), 1235-1243. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622011000700010.

Jardim, D. G., et al. (2016). Fatores edáficos e as variações florísticas da regeneração natural em duas formações florestais. Biota Amazônia, Macapá, 6 (2), 66-72. DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v6n2p66-72.

Lau, A. V., & Jardim, M. A. G. (2014). Relação entre o banco de sementes e a composição química do solo em uma floresta de várzea. Biota Amazônia, Macapá, 4 (2), 96-101. DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v4n2p96-101.

Legendre, P., & Gallagher, E. D. (2001). Ecologically meaningful transformations for ordination of species data. Oecologia, 129 271–280, DOI: https://doi.org/10.1007/s004420100716.

Martins, S. V., et al. (2003). Distribuição de espécies arbóreas em um gradiente topográfico de Floresta Estacional Semidecidual em Viçosa, MG. Scientia Forestalis, Piracicaba, 64, 172-181.

Matos, G. M. A. (2016). Mata ciliar em processo de recuperação no Baixo Rio São Francisco: florística e fitossociologia (78f). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Miguel, P. S. B. et al. (2010). Efeitos tóxicos do alumínio no crescimento das plantas: mecanismos de tolerância, sintomas, efeitos fisiológicos, bioquímicos e controles genéticos. CES Revista, Juiz de Fora, 24, 12-30.

Moreira, F.D. (2008). Geotecnologia aplicada à sub-bacia hidrográfica do Rio Piauitinga e suas relações ambientais (120f). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Nascimento, M. I. C. (2011). Vegetação arbórea-arbustiva em áreas de nascentes localizadas na Sub-bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, Lagarto-SE (77f). Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Oliveira, D. G., et al. (2012). Análise da vegetação em nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, Salgado, SE. Revista Árvore, Viçosa, 36 (1), 127-141. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622012000100014.

Oliveira, D. G. (2010). Análise da vegetação no entorno de nascentes localizadas no município de Salgado-SE, pertencentes à Sub-bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga (85f). Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Palmieri, F., & Larach, J. (2003). Pedologia e geomorfologia. In: Guerra, A., Cunha, S. (Org.). Geomorfologia e meio ambiente (4. ed., pp. 59-122). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Pedrotti, A., et al. (2015). Causas e consequências do processo de salinização dos solos. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, Santa Maria, 19 (2), 1308-1324.

Rodrigues, J.D., et al. (1993). Influência de diferentes níveis de cálcio em plantas de Estilosantes (Stylosanthes guyanensis (AubL) Sw. cv. CooK), avaliados através de alguns parâmetros fisiológicos. Scientia Agrícola. Piracicaba, 50 (1), 45-57.

Salvador, J. O., et al. (2000). Influência do alumínio no crescimento e na acumulação de nutrientes em mudas de goiabeira. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, 24, 787-796.

Santos, W. A., et al. (2017). Conflito de uso da terra em áreas de preservação permanentes da bacia do rio Piauitinga, Sergipe, Brasil. Revista de Ciências Agrárias, Belém, 60 (1). 19-24. DOI: http://dx.doi.org/10.4322/rca.2281.

Santos, T. I. S. (2009). Estado de conservação e aspectos da vegetação de nascentes do Riacho Grilo-SE (95f). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil.

Santos, F. C., et al. (2008). Produtividade e aspectos nutricionais de plantas de soja cultivadas em solos de cerrado com diferentes texturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, 32 (5), 2015-2025. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-06832008000500023.

Silva, V., et al (2008). Variáveis de acidez em função da mineralogia da fração argila do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, 32 (2), 551-559. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-06832008000200010.

Silva, R. C., et al. (2007). Alterações nas propriedades químicas e físicas de um chernossolo com diferentes coberturas vegetais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, 31 (1), 101-107. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-06832007000100011.

Sobral, L. F., et al. (2007). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes no estado de Sergipe (251p). Aracaju: Embrapa.

Souza, V. C., & Lorenzi, H. (2012). Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado no APG III. (2. ed.) Nova Odessa: Instituto Plantarum.

Ter Braak, C. J. F., & Prentice, I. C. (1988). A theory of gradient analysis. Advances in Ecological Research. 18 (1), 271-317. DOI: https://doi.org/10.1016/S0065-2504(08)60183-X.

Thornthwaite, C. W., & Mather, J. R. (1955). The water balance (Climatology, v. 8, n. 1, 104p). New Jersey: Drexel institute of technology.

Tomé Jr., J. B. (1997). Manual para interpretação de análise de solo (247p). Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária.

Valladares, G. S. (2009). Caracterização química e granulométrica de solos do Golfão maranhense. Acta Amazônica, Manaus, 39 (4). 923-934.

Vanzela L. S., Hernandez, F. B. T., & Franco, R. A. M. (2010). Influência do uso e ocupação do solo nos recursos hídricos do Córrego Três Barras, Marinópolis. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande. 14 (1), 55–64. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-43662010000100008.

Vasconcelos, M. C. C. A. (2014). Salinização do solo em áreas irrigadas: Aspectos físicos e químicos. Agropecuária Científica no Semiárido, Campina Grande, 10 (1), 20-25.

Velloso, H. P., Rangel-Filho, A. L. R., & Lima, J. C. A. (1991). Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal (124p). Rio de Janeiro: IBGE.

Wright, S.J., et al. (2011). Potassium, phosphorus, or nitrogen limit root allocation, tree growth, or litter production in a lowland tropical forest. Ecology, 92 (8), 1616–1625. DOI: https://doi.org/10.1890/10-1558.1.

Downloads

Publicado

2021-06-22

Como Citar

Freire, G. da S., Ferreira, R. A., da Silva, A. J., & Nizio, D. A. de C. (2021). Atributos edáficos e vegetação em áreas de nascentes da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Piauitinga, Sergipe. MAGISTRA, 31, 661–674. Recuperado de https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/4392

Edição

Seção

Artigo Científico