Caracterização participativa da frota pesqueira do Rio Araguaia – Tocantins, Brasil

Autores

  • Adriano Prysthon da Silva Embrapa Pesca e Aquicultura
  • Eduardo Guilherme Gentil de Farias Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Resumo

 

Resumo: A atividade pesqueira na bacia Tocantins-Araguaia é responsável por abrigar aproximadamente 40% dos pescadores artesanais de águas interiores do Brasil. Assim, caracterizar o uso das embarcações faz-se de fundamental importância, visto que estas integram a cadeia da pesca comercial. Contudo, devido ao difícil acesso à várias comunidades ribeirinhas, bem como, em virtude das expressivas dimensões contempladas pelo rio Araguaia, há poucas informações qualitativas e/ou quantitativas acerca das embarcações empregadas nas pescarias comerciais da região. Partindo desta premissa, o presente trabalho visitou 15 comunidades pesqueiras em 14 municípios as margens do rio Araguaia, catalogando as principais informações consoantes às embarcações utilizadas na região de estudo, a saber: tipo de embarcação, matéria prima, tamanho, propulsão, tripulação, jornada de trabalho e capacidade de carga. Foram identificados quatro materiais básicos para a construção de embarcações para a região do Araguaia: madeira, alumínio, aço e fibra de vidro. Em relação ao número de tripulantes, foi possível observar que as frotas costumam conduzir entre 1 e 5 pescadores por operação de captura, havendo uma maior proeminência das atividades pesqueiras que empregam apenas 2 tripulantes por embarcação. As embarcações da região apresentam propulsão manual e com o auxílio de motores de popa e rabeta. A potência encontrada nos motores de rabeta utilizados nas embarcações de tábuas variou de 5 a 9 HP, enquanto que a motorização das embarcações com motores de popa variaram entre 15 a 25 HP. Concluiu-se que a frota pesqueira do rio Araguaia pode ser caracterizada como artesanal e de pequena escala.

 Palavras chave: Águas interiores, Tecnologia naval, Pesca artesanal.

 

 

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Biografia do Autor

Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado em Ciências Marinhas Tropicais pelo Instituto de Ciências do Mar (ICM/LABOMAR) e doutorado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com período de co-tutela no Institut Français de Recherche pour l'Exploitation de la Mer - IFREMER (França). Realizou estudos em nível de pós-doutorado no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e na Texas A&M University (EUA). É Professor Adjunto II do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Possui experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Tecnologia Pesqueira, atuando principalmente nos seguintes temas: seletividade, interações petrecho-ambiente-recurso, sensoriamento remoto dos oceanos e geoprocessamento aplicado à pesca. Realiza atividades de P&D junto ao Grupo de Tecnologia e Ciência Pesqueira da UDESC.

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Publicado

2018-03-07

Como Citar

Silva, A. P. da, & Farias, E. G. G. de. (2018). Caracterização participativa da frota pesqueira do Rio Araguaia – Tocantins, Brasil. MAGISTRA, 29(1), 80–90. Recuperado de https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/4019

Edição

Seção

Artigo Científico