Floração e frutificação da aceroleira (Malphigia emarginata DC.) em uma área no semiárido Brasileiro
Resumo
Resumo: O cultivo da aceroleira no Brasil vem crescendo consideravelmente e está entre as mais importantes culturas de frutas para a economia do Nordeste. Estudos sobre floração e frutificação de Malpighia emarginata já foram realizados, no entanto, nenhum destes sob as condições do semiárido brasileiro. O presente trabalho foi conduzido no município de Feira de Santana, Bahia, visando identificar o número de floradas que a aceroleira é capaz de apresentar sob condições naturais, quais os períodos de florescimento e de frutificação, além de investigar se as fenofases estão correlacionadas com variações da
pluviosidade e temperatura. A coleta de dados (número de botões florais, de flores abertas, de frutos imaturos e de frutos maduros) foi realizada de agosto 2009 a agosto de 2010, em intervalos mensais, em dois pomares. A floração de M. emarginata na região de Feira de Santana ocorreu entre outubro e abril. O
período de frutificação na região iniciou-se em novembro, estendendo-se com interrupções, até o mês de abril. No semiárido baiano, os meses de agosto a outubro correspondem à estação mais seca do ano, o que parece ser limitante para a ocorrência de floradas neste período. Não foi observada correlação entre o número de flores e a pluviosidade (p= 0,2582; rs= 0,3383; n=14) e nem entre o número de flores e a temperatura (p= 0,1773; rs= 0,3985; n=14). Também não houve correlação entre a frutificação e a pluviosidade (p= 0,9537; rs = 0,0179; n=14), mas a frutificação esteve correlacionada com a temperatura (p=0,0538; rs=0,5453; n=14). Este estudo sugere que o clima seco e com baixa pluviosidade pode limitar o número de florações ao ano o que deve ter reflexos na produtividade de M. emarginata no semiárido.
Palavras Chave: Fenofases, Pluviosidade, Acerola.
Downloads
Referências
BOSCO, J. FILHO, S. P. A. NETO, M. B. E.
MELO, A. S. Desenvolvimento e diferenciação de
estruturas reprodutivas em aceroleira. Revista
Brasileira de Fruticultura v.17, n.3, p.19-
1995.
CARPENTIERI-PÍPOLO, V.; NEVES, C. S. V. J.;
BRUEL, D. C.; SOUZA, S. G. H.; GARBÚGLIO,
D. D . Frutificação e desenvolvimento de frutos de
aceroleira no Norte do Paraná. Ciência Rural,
v.38, n.7, p.1871-1876. 2008.
CARVALHO, R. I. N. Frutificação efetiva da
aceroleira em condições outonais no município de
Viamão-RS, Brasil. Revista Acadêmica:
Ciências Agrárias e Ambientais, v.1, n.1, p. 23-
2003.
CENTRO DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES
(CEI-BA). Informações Básicas dos Municípios
Baianos: Região Paraguaçu. CEI. Salvador.
http://sim.sei.ba.gov.br/sim/index.wsp. Acesso
em 17/03/2014.
EMBRAPA. Disponível em:
http://www.cnpmf.embrapa.br/index.php?p=pesqui
sa-culturas_pesquisadas-acerola.php&menu=2.
Acesso em 20/abr.2010. 2004.
FREITAS, B. M.; ALVES, J. E.; BRANDÃO, G. F.;
ARAÚJO, Z. B. Pollination requirements of West
Indian cherry (Malpighia emarginata) and its
putative pollinators, Centris bees, in NE Brazil.
Journal ofAgricultural Science, v. 133, p.303-
1999.
GOMES, J. E.; PAVANI, M. C. M. D; PERECIN,
D.; MARTINS, A. B. G. Morfologia floral e biologia
reprodutiva de genótipos de aceroleira. Scientia
Agricola, v.58, n.3, p.519-523. 2001.
GOMES, J. E.; PERECIN, D.; MARTINS, A. B. G.
Desenvolvimento do fruto da acerola
dafecundação à maturação em três épocas nas
condições de Jaboticabal, SP. Revista Brasileira
de Fruticultura, v.22, n.3, p.318-322. 2000.
GUEDES, R. S.; ZANELLA, F. C. V.; MARTINS,
C.F.; SCHLINDWEIN, C. Déficit de polinização da
aceroleira no período seco no semiárido
paraibano Revista Brasileira de Fruticultura,
v.33, n.2, p.465-471. 2011.
LOPES, R.; BRUCHNER, C. H.; LOPES, M. T. G.
Polinização e vingamento de frutos em
aceroleira (Malpighia puicifolia L.). Revista
Brasileira de Fruticultura, v.22, n.3, p.314-317.
MARINO-NETTO, L. Acerola: a cereja tropical.
Nobel, São Paulo, 94p. 1986.
MAGALHÃES, L. M. F.; OLIVEIRA, D.; OHASHI,
O. S. Efeito da polinização na frutificação da
acerola na Amazônia. Revista Brasileira de
Fruticultura, v. 21, n.1, p.95-97. 1999.
MELETTI, L. M. M. Propagação de frutíferas
tropicais. 1ª Edição. Ed. Guaíba: Agropecuária,
Guaíba, 239p. ISBN: 8585347546. 2000.
OLIVEIRA, R. E SCHLIDWEIN, C. Searching for a
Manageable Pollinator for Acerola Orchards: The
Solitary Oil-Collecting Bee Centris analis
(Hymenoptera:Apidae: Centridini). Horticultural
Entomology. vol. 102, no. 1, p. 265-273. 2009.
PAIVA, J. R.; ALVES, R. E.; BARROS, L. M.
Melhoramento genético da acerola (Malpighia
emarginata DC.) na Embrapa Agroindústria
Tropical. Queiróz, M. A.de; Goedert, C. O.;Ramos, S.R.R., ed. Recursos Genéticos e
Melhoramento de Plantas para o Nordeste
brasileiro.
(http://www.cpatsa.embrapa.br/catalogo/livrorg/).
Petrolina-PE: Embrapa Semi-Árido / Brasília-DF:
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Acesso em 20/mar.2012.
RITZINGER, R.; RITZINGER, C. H. S. P. Boletim
Embrapa: Acerola em foco. Disponível em
http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/produto
_em_foco/acerola_09.pdf). 2004. Acesso em
/abr.2010.
SIQUEIRA, K. M. M., MARTINS, C. F., KIILL, L.
H. P.; SILVA, L. T. Estudo comparativo da
polinização em variedades de aceroleiras
(Malpighia emarginata DC., Malpighiaceae).
Revista Caatinga, v. 24, n.2, p.18-25. 2011.
TEIXEIRA, A. H. C.; AZEVEDO, P. V. Índices-
Limite do clima para o cultivo da acerola.
Pesquisa Agropecuária Brasileira v.30, n.12,
p.1403-1410. 1995.
VILHENA, A. M. G. F; RABELO, L. S.; BASTOS,
E. M. A. F; AUGUSTO, S. C. Acerola pollinators in
the savanna of Central Brazil: temporal variations
in oil-collecting bee richness and a mutualistic
network. Apidologie, v.43, p,51-62. 2012.
VILHENA, A. M. G. F.; AUGUSTO, S. C.
Polinizadores da aceloreira Malpighia emarginata
DC. (Malpighiaceae) em área de Cerrado no
Triângulo Mineiro. Bioscience Journal. v. 23,
Supplement 1, p. 14-23, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.