Limiares poéticos do pensamento político de Giorgio Agamben

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i1.946

Palavras-chave:

Giorgio Agamben; O fogo e o relato; Poesia e Pensamento; Literatura e Política; Literatura Comparada.

Resumo

O artigo apresenta o livro O fogo e o relato. Ensaios sobre criação, escrita, arte e livros (2018), do filósofo italiano Giorgio Agamben, discutindo alguns dos limiares poéticos do seu pensamento político. Parte-se de alguns dos debates subentendidos de Agamben com Jacques Derrida sobre linguagem e literatura, passa-se pelo ato poético como ato de resistência, define-se a potência inoperante presente em gestos de interrupção discursiva e chega-se à discussão sobre vida e obra em contexto biopolítico. Seguindo a ordem dos capítulos, mas sem pretender esgotá-los, o pressuposto do artigo é de que o italiano, que tem a poesia e a literatura geralmente vinculada a uma espécie de “primeira fase” de sua obra, também na série biopolítica nomeada Homo Sacer lançou mão da poesia e da literatura como forte estratégia de resistência e abertura de limiares ante a lógica que se desenha do poder soberano. Se, por um lado, o livro pode ser lido como formando um círculo hermenêutico, os capítulos, por outro lado, permitem ao leitor perceber as principais linhas em que filosofia, literatura, poesia e política se entrecruzam para o pensador italiano. Por isso, também, recorreu-se à relação direta de alguns argumentos expostos em O fogo e o relato tanto com noções e argumentos presentes em outros livros de Agamben, quanto pontualmente com outros interlocutores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sandro Ornellas, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em Letras e Linguística (Teorias e Crítica da Cultura e da Literatura) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Bahia – Brasil. Professor do Instituto de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Bahia – Brasi

Referências

AGAMBEN, Giorgio. A comunidade que vem. Lisboa, Presença, 1993.

AGAMBEN, Giorgio. A linguagem e a morte. Belo Horizonte, EDUFMG, 2006.

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo, Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo, Boitempo, 2007.

AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz. São Paulo, Boitempo, 2008.

AGAMBEN, Giorgio. O Reino e a glória. São Paulo, Boitempo, 2011.

AGAMBEN, Giorgio. A ideia de prosa. Belo Horizonte, Autêntica, 2012a.

AGAMBEN, Giorgio. Bataille y la paradoja de la soberania. Teología y lenguaje. Buenos Aires, Las Cuarenta. 2012b.

AGAMBEN, Giorgio. Categorias italianas. Florianópolis, EDUFSC, 2014.

AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fins. Belo Horizonte, Autêntica, 2015a.

AGAMBEN, Giorgio. Bartleby, ou da contingência. Belo Horizonte, Autêntica, 2015b.

AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento. Belo Horizonte, Autêntica, 2015c.

AGAMBEN, Giorgio. O uso dos corpos. São Paulo, Boitempo, 2017.

AGAMBEN, Giorgio. O fogo e o relato. São Paulo, Boitempo, 2018a.

AGAMBEN, Giorgio. A aventura. Belo Horizonte, Autêntica, 2018b.

AGAMBEN, Giorgio. O que resta? Flanagens. Disponível em http://flanagens.blogspot.com/2017/06/o-que-resta-giorgio-agamben.html Último acesso em 01 de junho de 2018c.

ARENDT, Hannah. A condição humana. 13ª ed. rev. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2017.

BAUR, Patrick. A impossibilidade da promessa ocidental de civilidade. IHU Online. Revista do Instituto Humanitas da UNISINOS. N. 505, ano XVIII, 22/05/2017. Disponível em http://www.ihuonline.unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao505.pdf Último acesso em 01/10/2018.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. Obras escolhidas I: magia e técnica, arte e política. São Paulo, Brasiliense, 1994.

BENJAMIN, Walter. Para uma crítica da violência. Escritos sobre mito e linguagem. São Paulo, Duas Cidades/Editora 34, 2011.

BÃœRGER, Peter. Teoria da vanguarda. Lisboa, Vega, 1993.

DELEUZE, Gilles. Bartleby, ou a fórmula. Crítica e clínica. São Paulo, 34, 1997.

DELEUZE, Gilles, PARNET, Claire. O abecedário de Gilles Deleuze. Disponível em http://stoa.usp.br/prodsubjeduc/files/262/1015/Abecedario+G.+Deleuze.pdf> Acesso em 17 de outubro de 2018.

DERRIDA, Jacques. Che cos’è la poesia? Coimbra, Angelus Novus, 2003.

DERRIDA, Jacques. Força de lei. São Paulo, Martins Fontes, 2007.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou (a seguir). São Paulo, EDUNESP, 2011.

DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura. Belo Horizonte, EDUFMG, 2014.

DERRIDA, Jacques. A besta e o soberano. Rio de Janeiro, Via Verita, 2016.

GIACÓIA Jr., Oswaldo. Agamben. Por uma ética da vergonha e do resto. São Paulo, N-1, 2018.

MALLARMÉ, Stéphane. Poésies. Paris, Booking International, 1993.

MALLARMÉ, Stéphane. Divagações. Florianópolis, EDUFSC, 2010.

MALLARMÉ, Stéphane. Mallarmé. Sel., org., trad. Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos. São Paulo, Perspectiva, 2013.

MILLER, J. Hills. Derrida’s destinerrance. MLN. Vol. 121, No. 4, French Issue (Sep., 2006).

PELBART, Peter Pál. O avesso do niilismo. Cartografias do esgotamento. 2 ed. São Paulo, N-1, 2016.

PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1992.

Downloads

Publicado

2019-02-28

Como Citar

ORNELLAS, Sandro. Limiares poéticos do pensamento político de Giorgio Agamben. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 44–64, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i1.946. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/946. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos