Mitos que plasmam mundos: Flusser filomítico
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i3.5471Palavras-chave:
Flusser; Ferreira da Silva; Paganismo; Judaísmo; Mito.Resumo
O artigo propõe uma abordagem à fase inicial dos escritos de Vilém Flusser com base em seu contexto formativo nos anos 60 do século XX e sua interpretação da mitologia, dando especial ênfase ao seu diálogo com o círculo do pensador paulista Vicente Ferreira da Silva. O texto visa discutir as influências ferreirianas na filosofia de Flusser, especialmente no que tange à relação entre literatura, mito e história e propõe que a influência de Ferreira da Silva é decisiva para a exegese das obras iniciais de Flusser em língua portuguesa, tencionando demonstrar como o autor tcheco-brasileiro reagiu a seu contato intelectual com Vicente e seu grupo em São Paulo. Pretende-se argumentar que a principal influência filosófica de Vicente sobre a obra flusseriana se dá na configuração do mito como elemento fundante das culturas e mesmo do discurso filosófico, sendo que Flusser – em uma ambígua oposição à teoria do mito neopagã de Ferreira da Silva – estabelece as bases míticas de algumas correntes da filosofia ocidental moderna e contemporânea no judeu-cristianismo, através de peculiares interpretações ‘‘filomíticas’’ da filosofia de Descartes, da fenomenologia existencial e da história da Idade Moderna.
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