Machado de Assis e o fideísmo cético pascaliano: semelhanças e dessemelhanças

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i3.5467

Palavras-chave:

Machado de Assis; Fideísmo; Ceticismo; Pascal; Montaigne.

Resumo

Buscando investigar a influência pascaliana sobre a obra de Machado de Assis, comparamos o fideísmo cético do filósofo francês com algumas obras do autor brasileiro. Para isso, dividimos a investigação em três momentos. O primeiro momento considera cinco dos contos de Machado de Assis, contos representativos das duas fases do escritor. O segundo momento toma dois dos seus principais romances, tanto aquele que é considerado o mais propriamente pascaliano entre eles, quanto aquele em que há forte influência de elementos céticos. Finalmente, no terceiro momento, propomos um balanço da investigação efetuada nos passos anteriores para apresentar a solução inovadora do autor brasileiro para o problema que envolve a união de uma antropologia pascaliana com a impossibilidade da salvação pela graça frente à perplexidade diante da miséria humana, que se mostra persistente até as obras de maturidade. A solução vista na obra de Machado de Assis envolve uma forma de salvacionismo particular e original.

 

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Biografia do Autor

Daniel Benevides Soares, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza – CE, Brasil. Professor(a) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), São Luís – MA, Brasil.

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Publicado

2025-10-26

Como Citar

SOARES, Daniel Benevides. Machado de Assis e o fideísmo cético pascaliano: semelhanças e dessemelhanças. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 25, n. 3, p. 227–243, 2025. DOI: 10.31977/grirfi.v25i3.5467. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/5467. Acesso em: 29 out. 2025.

Edição

Seção

Artigos