Machado de Assis e o fideísmo cético pascaliano: semelhanças e dessemelhanças
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i3.5467Palavras-chave:
Machado de Assis; Fideísmo; Ceticismo; Pascal; Montaigne.Resumo
Buscando investigar a influência pascaliana sobre a obra de Machado de Assis, comparamos o fideísmo cético do filósofo francês com algumas obras do autor brasileiro. Para isso, dividimos a investigação em três momentos. O primeiro momento considera cinco dos contos de Machado de Assis, contos representativos das duas fases do escritor. O segundo momento toma dois dos seus principais romances, tanto aquele que é considerado o mais propriamente pascaliano entre eles, quanto aquele em que há forte influência de elementos céticos. Finalmente, no terceiro momento, propomos um balanço da investigação efetuada nos passos anteriores para apresentar a solução inovadora do autor brasileiro para o problema que envolve a união de uma antropologia pascaliana com a impossibilidade da salvação pela graça frente à perplexidade diante da miséria humana, que se mostra persistente até as obras de maturidade. A solução vista na obra de Machado de Assis envolve uma forma de salvacionismo particular e original.
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