Esboço para uma retomada do existencialismo: crer, desejar e brincar com e além de Sartre
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i1.5261Palavras-chave:
Sartre; Metafísica; Desejo; Angústia; Crença; Brincadeira.Resumo
Trata-se de uma interpretação dos conceitos de crença, desejo, angústia e atitude de jogo tal como apresentadas por Sartre em O ser e o nada. Privilegiando o enquadramento oferecido por intérpretes de orientação heideggeriana como Gerd Bornheim e Joseph Fell, que veem em Sartre algo como um epílogo da tradição metafísica, pretendo apresentar os conceitos mencionados em uma perspectiva distinta daquela que seria a compreensão convencional do estatuto desses conceitos na já consagrada perspectiva da superação radical da má-fé. O artigo, portanto, consiste na apresentação interpretativa desse enquadramento metafísico da obra de Sartre e do estatuto desses conceitos na perspectiva de que a superação total da má-fé não é desejável – caso seja mesmo praticável. Tal apresentação interpretativa tem, por intento geral, oferecer as bases do que pode ser uma renovada atitude existencialista inspirada pelo pensamento de Sartre.
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