Democracia e literatura no pragmatismo de Rorty

Autores

  • Tiago Medeiros Araújo Instituto Anísio Teixeira (IAT)

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v2i2.473

Palavras-chave:

Democracia; Literatura; Ética; Rorty.

Resumo

O pragmatismo de Richard Rorty possui como uma das suas peculiaridades o fato de  atribuir plena relevância moral à literatura em detrimento da pretensiosa prescrição  filosófica que põe a moral na linha reta da ética. Uma vez que as descrições filosóficas, de caráter universal, não são capazes de impelir indivíduos à progressão moral sem sugerir uma dada concepção política indesejável, Rorty compreende que a literatura, cujo vocabulário pretende esboçar as faces do particular, atende, melhor do que a própria filosofia, às nossas demandas éticas. Isso é possível porque as descrições literárias ambientam os indivíduos sob sua própria condição finita e contingente, o que desdobra a ampliação da lealdade e a progressão moral, através da menção à dor alheia. Nesse sentido, uma cultura que herde seu vocabulário moral da literatura pode realizar-se mais plenamente de modo a promover um maior grau de felicidade e erradicação dos sofrimentos de seus componentes do que uma cultura cuja orientação moral é fruto da
especulação metafísica. Nesse artigo, abordo esse anverso moral da literatura como  elemento afim aos ideais éticos projetados na configuração democrática liberal.

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Biografia do Autor

Tiago Medeiros Araújo, Instituto Anísio Teixeira (IAT)

Graduado em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Bahia – Brasil e Coordenador do Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Salvador, Bahia – Brasil

Referências

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Publicado

2010-12-13

Como Citar

ARAÚJO, Tiago Medeiros. Democracia e literatura no pragmatismo de Rorty. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 52–62, 2010. DOI: 10.31977/grirfi.v2i2.473. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/473. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos