Visitando a terra gêmea moral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i3.3009

Palavras-chave:

Realismo de Cornell; Terra Gêmea Moral; Designação Rígida.

Resumo

Este texto pretende examinar os pressupostos da Terra-gêmea-moral, argumento formulado por Terence Horgan e Mark Timmons com intenção de refutar a proposta realista naturalista da moral conhecida como realismo de Cornell. A Terra-gêmea-moral fornece alguma evidência intuitiva de que termos que nomeiam tipos morais não são designadores rígidos de propriedades naturais e que, portanto, não é possível oferecer uma definição naturalista para eles, o que deveria ser um comprometimento do realismo de Cornell. Entretanto, neste texto, procuramos demonstrar que o realismo de Cornell não se compromete com relações de designação rígida entre termos para tipos morais e propriedades naturais para sustentar sua postura naturalista. Em vez da relação de identidade entre tipos morais e naturais que seria trazida pela designação rígida, o realismo de Cornell mantém apenas a tese metafísica segundo a qual tipos morais são constituídos ou realizados por propriedades naturais deixando aberta a possibilidade de múltipla realização dos tipos morais. Como o realismo de Cornell não se compromete com a tese semântica que Horgan e Timmons criticam, então a Terra-gêmea-moral não parece oferecer uma objeção à posição realista.

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Biografia do Autor

Ísis Esteves Ruffo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando(a) Em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – RJ, Brasil.

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Publicado

2022-10-28

Como Citar

ESTEVES RUFFO, Ísis. Visitando a terra gêmea moral. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 3, p. 102–115, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i3.3009. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/3009. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos