Teoria causal da memória: uma introdução em filosofia da memória
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i3.2456Palavras-chave:
Teoria Causal da Memória; Memória episódica; Traços de memória; Causalidade; Descontinuísmo.Resumo
O presente artigo busca ser uma introdução à Teoria Causal da Memória, sendo esta uma das teorias mais amplamente discutidas em filosofia da memória nos dias atuais. O texto é iniciado com a formulação da teoria causal proposta por Martin e Deutscher, onde são apresentados os critérios propostos pelos autores para que um estado mental conte como um caso de memória, dentre eles, o famoso critério causal, que estabelece que a memória deve estar causalmente conectada com a experiência passada que a deu origem. Posteriormente é discutido se tais critérios são necessários e suficientes para a memória e são apresentadas duas teorias que adicionam outros critérios para que um estado de mental possa contar como um caso de memória, a saber, a Teoria Causal Epistêmica e a Teoria Causal Autonoética. Em seguida é introduzido o conceito de traços de memória, os quais são, segundo Martin e Deutscher, aquilo que garante a conexão causal entre a memória e a experiência passada; são apresentados o modelo de traços enquanto análogos estruturais e o modelo de traços distribuídos, bem como os problemas que advém dessas concepções de traços. Posteriormente o conceito de causalidade é discutido com mais profundidade e é apresentada a Teoria Causal Procedural, que visa escapar dos problemas acarretados pelas concepções anteriormente citadas de causalidade através de traços. Por fim, apresenta-se o Descontinuísmo, uma teoria acerca da relação entre a memória e a imaginação, a qual é uma implicação direta da adoção da Teoria Causal da Memória.
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