Discurso e técnica na era da informação
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i2.2382Palavras-chave:
Existência; Discurso; Linguagem; Comunicação; Informação.Resumo
Trata-se de uma reflexão fenomenológica acerca da essência do homem a partir do sentido da sua discursividade na época da técnica. Considerando a história da metafísica no seu fim, em que todo dizer e pensar estão comandados pelas tecnologias da informação, pergunta-se pela atual situação da linguagem, entendida como o pronunciamento da existência humana. Tendo por base a fenomenologia heideggeriana, em especial, a noção de discurso (Rede) enquanto estrutura fundamental explicitada pela ontologia existencial de Sein und Zeit, demonstra-se que o cerne da discussão não é simplesmente colocar em questão o uso instrumental e a aplicação tecnológica da linguagem. Antes, o fundamental para elaboração da interrelação entre discurso e técnica é captar o sentido pelo qual o homem contemporâneo discursa sua existência-no-mundo, passando de um modo originário de dizer(-se) e entender-se para aquele em que tanto ele como o seu mundo são governados por um poder desafiador e provocador do real em sua realidade. Mostra-se que, para garantir esta posição do homem contemporâneo junto aos entes, é necessário que a técnica seja um sentido para pronunciar a sua existência, conferindo o significado de ser-dispositivo para a existência e suas possiblidades mais próprias, bem como para as coisas mundanas. Simultaneamente, explicita-se que, estando a realização da existência humana guiada por este sentido e poder desafiador representados pela técnica, são exigidas, entre outras consequências, a instrumentalização das línguas e a sua redução a um sistema de comunicação gerido por tecnologias informacionais.
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