O liberalismo como base para um sistema político, social e econômico na pós-história de Hegel e Fukuyama: um contraponto à luz de Hans Jonas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i1.2139

Palavras-chave:

Liberdade; Liberalismo; Fim da história; Responsabilidade.

Resumo

O objetivo deste artigo é reforçar o alerta que o filósofo alemão Hans Jonas faz em sua obra Princípio responsabilidade sobre a iminente possibilidade de um final de história trágico para a humanidade se forem considerados os efeitos imprevisíveis decorrentes da forma de atuação do sistema político-econômico liberal e do inconsequente avanço da tecnologia que dele decorre. Nesse intento, optou-se como estratégia, enfraquecer e rebater a ideia hegeliana, oposta à visão de Jonas, de que não haveria motivos para alarmes porque a história, no seu desenvolvimento, é orientada por uma razão imanente e bem intencionada que conduz inevitavelmente a humanidade ao reino da liberdade e ao espírito absoluto. Mais recentemente, o filósofo, economista e cientista político americano Francis Fukuyama, apoiando-se em Hegel, decretou que a história havia chegado ao seu fim com o ápice da evolução sociocultural da humanidade. Nesse contexto, busca-se, inicialmente, apresentar uma análise interpretativa das ideias de Hegel e Fukuyama para, a seguir, realizar-se uma crítica a essa forma de pensar, à luz dos argumentos de Hans Jonas. Por fim, conclui-se, pelas lentes jonasianas, que a história, além de não ter chegado ao seu fim, como Fukuyama afirmou, pode também ter um final bem distinto daquele imaginado por Hegel. Portanto, não se deve desconsiderar a ocorrência da hipótese de uma morte essencial seguida de uma morte física do gênero humano, bem antes que o projeto hegeliano da liberdade tenha chance de se realizar. Na dúvida, é melhor que o homem desconfie da existência e(ou) da intenção e(ou) da capacidade de uma razão imanente e reassuma a tempo as rédeas de seu próprio destino, por meio da adoção de um novo princípio ético: o da responsabilidade.

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Biografia do Autor

Everaldo Cescon, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), Roma, Itália. Professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil.

Fábio André Frizzo, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Doutorando em Filosofia na Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil.

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Publicado

2021-02-01

Como Citar

CESCON, Everaldo; FRIZZO, Fábio André. O liberalismo como base para um sistema político, social e econômico na pós-história de Hegel e Fukuyama: um contraponto à luz de Hans Jonas. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 21, n. 1, p. 221–236, 2021. DOI: 10.31977/grirfi.v21i1.2139. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2139. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos