A questão da convivência sob a ótica das tonalidades afetivas
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i3.1971Palavras-chave:
Heidegger; Tonalidade afetiva; Outro; Convivência.Resumo
O presente artigo aborda a questão do outro no interior do pensamento de Martin Heidegger (1889-1976). Tal problemática, não obstante, será examina a partir da pressuposição das tonalidades afetivas (Stimmung), fenômeno caracterizado em toda a produção filosófica do pensador, embora, nessa ocasião, seja dada ênfase a obras anteriores a 1930. A convivência como modalidade do ser-com mostra-se imbuída e perpassada por afecções que regionalizam o mundo e plasmam espaços de interação e apropriação dos modos de ser. A pesquisa versa sobre algumas dimensões e experiências as quais o ser-aí (Dasein) instaura em seu horizonte hermenêutico de maneira a se orientar por “afecções” específicas, mostrando a dinâmica da convivência em suas relações de proximidade e diferença por meio de tonalidades afetivas, bem como mediante estruturas existenciais, como a preocupação. O estudo pretende, por fim, mostrar alguns meandros da análise de Heidegger quanto ao “tema” do outro, já que esse é um assunto pouco debatido pelo pensador, uma vez que suas reflexões incidem precisamente no esforço de ruptura com a noção tradicional de “homem”, o que justifica seu ensejo por questões distintas daquela que na presente ocasião se visa discutir.
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