De que e de quem nós falamos quando falamos dos animais?
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i3.1901Palavras-chave:
Animal; Animalidade; Hans Jonas.Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a reflexão de Hans Jonas acerca do estatuto ontológico do animal que está inserida, neste contexto, em uma análise mais geral sobre o fenômeno da vida e se apresenta como um momento importante na ontologia que pretende combater o dualismo e a ruptura entre animais humanos e não humanos. Ao reconhecer graus diferenciados de atividade espiritual entre os seres vivos, o autor, contudo, não partilha a ideia de uma igualdade plena entre os animais, embora sua perspectiva parta de traços comuns que acentuam a transanimalidade do homem, ou seja, o seu pertencimento e, ao mesmo tempo, a sua diferença em relação às alimárias. Por isso, sua filosofia não se limita ao discurso sobre os direitos animais, mas, antes, pretende pensar uma nova ontologia animal e uma nova animalidade humana a partir da integridade psicofísica e da relação constitutiva dos animais humanos e não humanos no âmbito da natureza.
Downloads
Referências
BIMBENET, Étienne. O animal que não sou mais. Tradução de Maurício José d’Escragnolle Cardoso. Curitiba: Ed. Ufpr, 2014.
COCCIA, Emanuele. La vie des plantes: une métaphysique du mélange. Paris, Bibliothèque Rivages, 2016.
DERRIDA, J. O animal que logo sou. Tradução de Fábio. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
FROGNEUX, Nathalie. “Le syndrome animal chez Hans Jonas”, in: Burgat, Florence; Ciocan, Cristian (eds.), Phénomenologie de la vie animale. Bucarest: Zeta Books, pp. 233-257, 2016.
FROGNEUX, Nathalie. “Uma liberdade responsável e descentrada em relação à natureza: leitura antropológica de Princípio Responsabilidade”, Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 24, n. 35, pp. 435-464, 2012.
HAUSKELLER, Michael. “The ontological ethics of Hans Jonas”, in: Meacham, D. (ed.). Medicine and Society, new perspectives in continental philosophy. [s.l.]: Springer, pp. 39-55, 2015.
HEIDEGGER, Martin. Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Tradução de Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
JONAS, Hans. Essais philosophiques: Du credo ancien à l’homme technologique. Édité par Damien Bazin et Olivier Depré; coordination scientifique et préface par Olivier Depré. Paris: Vrin, 2013.
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução de Marijane Lisboa e Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
JONAS, Hans. O princípio vida: fundamentos para uma biologia filosófica. Tradução de Carlos Almeida Pereira. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
JONAS, Hans. Pensar sobre Dios y otros ensayos. Traducción de Ángela Ackermann. 2. ed. Barcelona: Herder, 2012.
OLIVEIRA, Jelson. “A transanimalidade do homem: uma premissa do Princípio Responsabilidade”, in: SANTOS, R.; OLIVEIRA, J.; ZANCANARO, L. (eds.). Ética para a civilização tecnológica: em diálogo com Hans Jonas. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, pp. 42-59, 2011.
OLIVEIRA, Jelson. Compreender Hans Jonas. Petrópolis: Vozes, 2014.
PINSART, Marie-Genevieve. Jonas et la liberté. Dimensions théologiques, ontologiques, éthiques et politiques. Paris: Vrin, 2002.
TIBALDEO, Roberto Franzini. “Animal, transanimal e humano no pensamento de Hans Jonas”, in: CARVALHO, H. B. A. de; OLIVEIRA, J. (eds.). Ética, técnica e responsabilidade. Curitiba, PR: CRV; Teresina, PI: EDUFPI, pp. 31-47, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Thiago Vinicius Rodrigues de Vasconcelos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam na Griot : Revista de Filosofia mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitindo compartilhamento e adaptação, mesmo para fins comerciais, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Leia mais...