Sobre a noção de transparência em Byung-Chul Han e a defesa de nossa desacreditada opacidade
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i3.1860Palavras-chave:
Transparência; Sociedade do Desempenho; Dispositivos de poder; Neoliberalismo; Psicopolítica.Resumo
A transparência é um velho ideal moderno que as novas tecnologias rejuvenesceram e tornaram onipresente nas discussões atuais sobre poder, cultura digital e controle. Neste artigo, propomos uma análise da noção de transparência ao longo de quatro obras do filósofo contemporâneo Byung-Chul Han: Sociedade do cansaço, Topologia da violência, Sociedade da transparência e Psicopolítica. Este percurso nos permitirá sugerir uma genealogia desta noção na obra de Han. A noção de transparência será analisada como desdobramento da sociedade de desempenho, como forma de violência, como fenômeno econômico e cultural e como dispositivo neoliberal. Tais abordagens propostas por Han supõem uma mudança do paradigma disciplinar elaborado por Foucault: assim a sociedade contemporânea seria mais uma sociedade do desempenho que uma sociedade disciplinar. Em nossas considerações finais, pontuaremos algumas críticas ao livro Psicopolítica. Se a transparência é um dispositivo que gera uma visibilidade seletiva para reproduzir uma ordem neoliberal, um discurso crítico sobre a transparência não deveria invisibilizar as concepções que se contrapõem a esse dispositivo. Nesta direção, aventamos quatro perspectivas que agrupam linhas de ações coletivas e individuais que confrontam o dispositivo neoliberal da transparência.
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