Enativismo e conhecimento prático
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i3.1296Palavras-chave:
Enativismo; Fenomenologia; Heidegger; Merleau-Ponty; Francisco Varela.Resumo
Em Ser e Tempo (1927), Heidegger argumenta que o conhecimento primordial do Dasein se dá no manuseio de entes mundanos. Merleau-Ponty, por sua vez, descreve na Fenomenologia da Percepção (1945) que o conhecimento é, antes de tudo, uma intencionalidade corporal intraduzível em termos proposicionais. Mais tarde, em What Computers Can’t Do (1972), Hubert Dreyfus usa a obra de ambos para apontar os equívocos do paradigma cognitivista, isto é, a abordagem dominante do então nascente campo da inteligência artificial. Finalmente, em The Embodied Mind: Cognitive Science and Human Experience (1991), a noção de enativismo - elaborada por Francisco Varela, Evan Thompson e Eleanor Rosch - surge como uma tentativa de tomar do cognitivismo e do conexionismo a hegemonia nas ciências cognitivas. Dito isso, o objetivo do artigo consiste em descrever o enativismo e apontar sua herança fenomenológica.
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