A filosofia de Ludwig Wittgenstein à luz do diagnóstico de autismo
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i1.1128Palavras-chave:
Ludwig Wittgenstein; segunda filosofia; autismo.Resumo
Em Meu pensamento filosófico, Bertrand Russell afirma que a segunda filosofia de Ludwig Wittgenstein lhe parecia inteiramente ininteligível e constituída de doutrinas positivas triviais e de doutrinas negativas infundadas. Essas críticas ainda hoje são largamente consideradas como decorrentes do fato de Russell não ter compreendido as ideias tardias de Wittgenstein. Em oposição a esse julgamento, neste artigo argumenta-se que o diagnóstico póstumo de que Wittgenstein era autista suscita uma nova interpretação tanto de suas doutrinas positivas quanto de suas doutrinas negativas, levando a uma revalorização do parecer de Russell sobre elas.
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